Publicado • 17/03/25 às 23:01h
A feijoada é, sem dúvida, um dos maiores símbolos da gastronomia brasileira. Servida com arroz, couve, farofa e torresmo, é presença garantida nos almoços de sábado e nas rodas de amigos. No entanto, a história por trás desse prato tão amado vai muito além da conhecida lenda de que teria surgido dos restos de carne oferecidos aos escravizados no Brasil.
A verdadeira origem da feijoada
Embora o feijão preto seja um ingrediente típico das Américas, pratos semelhantes à feijoada já existiam muito antes do Brasil ser colonizado. O Império Romano, por exemplo, já preparava ensopados de feijão com carne, tradição que se espalhou por vários países europeus. Um dos exemplos mais conhecidos é o cassoulet francês, feito com feijão branco e carne de ganso.
Com a chegada dos portugueses ao Brasil, o feijão preto — chamado de comaná pelos povos indígenas — passou a ser um alimento essencial na dieta dos colonizadores e dos escravizados. No entanto, não há registros históricos que comprovem que a feijoada tenha surgido nos quilombos ou que as carnes usadas fossem “restos” desprezados pelos senhores. Pelo contrário, cortes como língua, fígado e carne suína sempre foram considerados valiosos.
A feijoada brasileira como a conhecemos hoje
A versão moderna da feijoada, servida com acompanhamentos como arroz e couve, tem origem no restaurante G. Lobo, um estabelecimento frequentado pela elite carioca no século XIX. Com o tempo, o prato foi se popularizando e se tornou um verdadeiro emblema nacional, conquistando o paladar de brasileiros e estrangeiros.
Se a feijoada é originalmente brasileira ou apenas uma adaptação de pratos antigos, isso já não importa. O que é certo é que somos nós que a difundimos e a transformamos em um ícone da cultura nacional. Afinal, poucos pratos representam tão bem a união de influências indígenas, africanas e europeias quanto a feijoada brasileira.