Publicado • 15/05/25 às 20:29h
A violência urbana que assola o bairro do Brás, na região central de São Paulo, tem deixado um rastro de dor e insegurança entre famílias de imigrantes sul-americanos. Ruas como a Dr. Costa Valente e a tradicional Rua Coimbra — conhecidas pelo intenso comércio voltado à comunidade boliviana — têm se tornado pontos críticos de criminalidade, especialmente em razão da venda desenfreada e do consumo excessivo de bebidas alcoólicas, fatores que frequentemente alimentam conflitos, brigas e episódios de crimes violentos.

Em reportagem exibida pelo programa Fala Brasil, da Record TV, na manhã desta quinta-feira (15), foi relembrado um dos casos mais brutais registrados na região: o assassinato do imigrante venezuelano Cristobal Andrés, esfaqueado múltiplas vezes em plena via pública, na Rua Dr. Costa Valente, em 2022. O autor do crime, Juan Luis Ramos Marin, também venezuelano, foi posteriormente capturado nos Estados Unidos com apoio da INTERPOL.

No mês de abril deste ano, quatro assassinatos foram registrados nas imediações das ruas Dr. Costa Valente e Coimbra. A advogada boliviana Patricia Vega, que acompanha de perto a realidade da comunidade imigrante na região, alerta para o cenário recorrente de violência. “Vivemos há anos sob ondas de criminalidade que aumentam e diminuem, mas nunca cessam. São ciclos de insegurança que já se tornaram parte do cotidiano. Atualmente, os índices de furtos, assaltos e agressões físicas estão alarmantes nesta área”, afirmou.

A diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegada Ivalda Aleixo, reconheceu, durante a reportagem, as dificuldades enfrentadas nas investigações de crimes contra imigrantes — muitas vezes agravadas pela ausência de documentação das vítimas ou pelo receio de colaborar com a polícia. Ainda assim, segundo a delegada, as equipes do DHPP têm se esforçado para estabelecer uma abordagem mais sensível e humanizada, capaz de conquistar a confiança dos imigrantes e obter informações fundamentais para elucidar diversos casos na região. O assassinato do venezuelano Cristobal Andrés, por exemplo, foi solucionado graças à cooperação entre autoridades internacionais e a colaboração direta da comunidade imigrante local.
O sentimento predominante nas ruas do Brás é de abandono. Famílias vivem o luto, enquanto comerciantes e moradores cobram maior presença do poder público. “Precisamos de um ponto policial permanente”, reivindicou uma comerciante boliviana, visivelmente emocionada.
A escalada da violência na região evidencia a urgência de políticas públicas voltadas à segurança e à proteção dos imigrantes — muitos dos quais vivem e trabalham no Brasil há décadas, contribuindo de forma expressiva para o dinamismo econômico e cultural da capital paulista.
Com fonte informativa:
Programa Fala Brasil,
Record TV