Publicado • 05/04/25 às 15:25h
A beleza da mulher latino-americana é múltipla, viva e cheia de histórias. Em 2025, a indústria da beleza na América Latina se prepara para um novo capítulo, com foco na diversidade, na saúde mental e na representatividade de corpos e rostos reais — da mulher indígena à branca, passando por negras, mestizas e tantas outras identidades que compõem o nosso continente.
Essa nova fase tem como base os dados da WGSN, que analisa tendências de consumo em todo o mundo. A metodologia usada é a STEPIC — que considera fatores como tecnologia, meio ambiente, sociedade, política, indústria e criatividade. O resultado aponta para uma transformação profunda nas expectativas do público latino-americano com relação à beleza: mais cuidado com o emocional, mais personalização e mais protagonismo para quem sempre foi invisibilizado.
Beleza com propósito e saúde mental
Com a chamada policrise — a soma de crises econômicas, sociais e políticas que afetam o mundo — a busca por equilíbrio e bem-estar será prioridade. Em vez de seguir padrões inalcançáveis, as pessoas querem se sentir bem consigo mesmas. E isso muda tudo.
As rotinas de beleza passam a ser momentos de autocuidado e alívio do estresse. No Brasil, por exemplo, 49% das pessoas já dizem ter interesse em produtos que ajudem a cuidar da saúde mental. A marca Oh Well, por exemplo, criou uma vela com aroma de chá verde e bambu justamente para isso: transformar o cuidado com o corpo em um ritual de relaxamento.
Na Colômbia, onde 46% da população considera a saúde mental como um dos maiores desafios do país, o tempo para o autocuidado é escasso. Por isso, cresce a procura por soluções práticas que tragam bem-estar, como sprays e roll-ons com aromaterapia — caso do Air Mist da marca Juliao Boticarios.
Representatividade real: a beleza de todas nós
Outro ponto central das tendências de 2025 é a representatividade. A beleza latino-americana sempre foi rica em diversidade, mas por muito tempo isso não foi refletido na indústria. Agora, essa realidade está mudando.
Mulheres com cabelos crespos e cacheados, que antes sofriam com a falta de produtos adequados, ganham espaço com marcas que valorizam suas texturas naturais. A marca mexicana LATINA, por exemplo, desenvolveu uma linha específica para cabelos cacheados e texturizados com ingredientes saudáveis e fórmulas adaptadas a diferentes tipos de fios e estilos.
Essa mudança vai além do produto: ela é simbólica. Trata-se de reconhecer que beleza não tem cor, nem forma única. Que a mulher aimara, a mulher afrodescendente, a mulher mestiça, a mulher indígena e a mulher branca têm cada uma sua potência — e todas merecem ser vistas.
A beleza também é dos homens
O setor de beleza masculina também passa por transformações. Na Colômbia, o mercado cresce com força, impulsionado por debates que questionam a masculinidade tóxica e incentivam o cuidado pessoal entre os homens. Hoje, 74% dos lares colombianos consomem produtos de beleza, número que supera vários países da América Latina.
Esse movimento ajuda a romper estigmas e promove uma cultura de cuidado mais humana, sensível e livre de preconceitos de gênero.
Marcas com voz e atitude
Para conquistar o público latino-americano, não basta entregar bons produtos: é preciso também se posicionar. A nova geração de consumidores exige marcas que combatam desigualdades, amplifiquem vozes marginalizadas e tomem atitudes concretas por um mundo melhor.
Em 2025, as empresas de beleza terão um papel importante na quebra de tabus — sejam eles raciais, de gênero, estéticos ou culturais. O otimismo passa a ser uma necessidade urgente. E beleza, mais do que tendência, é agora uma ferramenta de transformação.
